Economia e Política – mistura indigesta
“Quando o
estado não pode agradar a todos, ele irá escolher quem ele atende melhor”. Anthony de Jasay, O Estado [1985]
Durante as discussões da constituição
americana e francesa, tema predominante foi a separação da religião e estado –
aliás, este era o tema recorrente há 3 séculos, quando nobres e religiosos
tinham privilégios inaceitáveis pela emergente burguesia. As classes
privilegiadas tinham isenção de impostos e uma série de regalias: direito de
perceber certos impostos, privilégios honoríficos, prerrogativas judiciárias,
monopólio dos empregos da corte e dos cargos diretivos do exército, da marinha
e da administração.
No inicio de 1789, foram eleitos para o
parlamento francês: 935 deputados, assim distribuídos: Clero (247); Nobreza
(188) e Terceiro Estado (500).
Desta forma, em 17 de junho de 1789 os
deputados do Terceiro Estado, alegando representarem a maioria da nação,
proclamam-se Assembleia Nacional, com voto por cabeça e não por classes.
Começava a revolução francesa (dados retirados dos textos
do pesquisador brasileiro Ricardo Bergamini)
A
primeira emenda da constituição americana – 15/12/1791 – define que o Congresso
não pode legislar sobre estabelecimento de religião (clausula de
estabelecimento) ou proibindo o livre exercício de religião (clausula de livre
exercício religioso)
Sobre o tema da separação estado – religião dos formuladores (pais
fundadores) da Constituição Americana, sugiro leitura do livro de Alan
E. Johnson, The
First American Founder: Roger Williams and Freedom of Conscience
(Pittsburgh, PA: Philosophia Publications, 2015), 279-84,
contendo uma consistente bibliografia sobre este tema que dominou a discussão
dos constituintes.
Estes
conceitos mudaram o rumo da humanidade desde então – imaginem como seria o
mundo com intervenções do clero e da nobreza na gerencia dos impostos.
Passados
quase 3 séculos, humanidade se vê diante de demandas que nos posicionam em nova
bifurcação: separação
de política da economia – ou
bloquear acesso de políticos e burocratas aos recursos arrecadados pelos
impostos. Utopia ou sonho? Imagine as dificuldades para separar politica de
religião há quase três séculos e o impacto disto nos rumos da humanidade.
Esta
indigesta mistura é que levou o mundo as guerras, conflitos, corrupção, pobreza
e desigualdade, enfim, politica para poucos e não para o povo, ou ainda: poder emana
de poucos para beneficiar apenas os ricos. Esta indigesta mistura viabiliza
também a economia de compadrio, onde ser amigo do rei vale mais que
competência, alias, Adam Smith escreveu sua obra master: “Riqueza das
nações” visando sobretudo mitigar os efeitos do mercantilismo, economia de
compadrio da época. Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar
com “Nós o povo” deveria iniciar com “Nós os ricos”
Para
sua reflexão, vamos focar os conceitos básicos:
•
Economia é uma ciência em que os agentes todos são regulados pela inexorável,
impessoal e incontrolável lei da oferta e procura, sempre que não há
manipulação do mercado;
• Política é uma arte em que os protagonistas decidem conforme a questionável, circunstancial e personalista vontade humana.
• Política é uma arte em que os protagonistas decidem conforme a questionável, circunstancial e personalista vontade humana.
São
universos distintos, seguindo regras distintas. Regulação crescente do mercado
foi necessária porque oportunidades não são oferecidas a todos, referente a
nutrição, saúde e educação – estes 3 setores com as atuais regras não andam
sozinhos, governo precisa bombear recursos para mantê-los operando.
Intervenção
humana no processo econômico mostrou-se ineficaz, tudo começou com economista
britânico John Maynard Keynes em 1936 com a sua teoria geral, consolidada na
reunião de Bretton Woods em 1944. Com um criativo sistema de torneiras,
operadas pelo governo, de credito, investimentos, poupança, cambio e demais
variáveis, Keynes construiu uma proposta de intervenções humanas no processo
econômico – tão criativa quanto ineficaz – seu resultado prático ao longo do
tempo foi uma combinação de estagnação com inflação – uma ofensa a inteligência
humana. Faltou conceito básico: desenvolvimento só acontece com acréscimo de
trabalho humano produtivo, somente este gera capital que nada mais é que
trabalho acumulado – origem de ambos: trabalho e capital é a mesma. Acontece
que sistema atual permite colher sem plantar – trata-se de uma impossibilidade
sem sustentação. Mais Mises/Hayek menos Keynes
é receita infalível para a estabilidade e progresso.
A
história da humanidade consiste no conflito de classes buscando gerenciar
impostos arrecadados do povo.
É
inútil a tentativa de colocar em campos opostos e conflitantes o trabalho do
capital, este é trabalho acumulado, portanto com interesses complementares.
O verdadeiro e inconciliável conflito é entre processo
produtivo (trabalhadores e empresários) e burocratas/políticos – ou produtores
de riqueza e predadores da riqueza gerada, que só será superado pela separação entre governo e economia.
Fortalecer a demanda agregada
através de impostos e taxas, apenas transfere recursos sob a invariável lei de
mercado para o questionável domínio da vontade humana. Cria-se mais empregos na burocracia de governo,
subtraindo aqueles da iniciativa privada, ou ainda, cria-se
um grande sistema parasitário, totalmente sustentado com os nossos impostos.
Algo como:“tudo pelo povo, mas sem o povo” ou
despotismo esclarecido.
Aqueles
que defendem manutenção de empresas sob controle do governo não são de direita
nem esquerda, são ideólogos do atraso.
“Aquele que deseja paz e harmonia nas relações humanas deve sempre lutar
contra o estatismo.” - Ludwig von Mises
“O arranjo de bens e serviços que o estado atualmente oferta pode ser
dividido em dois subconjuntos: aqueles bens e serviços que devem ser eliminados
e aqueles que devem ser privatizados.” - Murray N. Rothbard
Decisão de políticos em
assuntos de economia são invariavelmente equivocadas, não que seja ligeiramente
errada, são erradas em seus fundamentos, trazem profundos impactos na vida das
pessoas, políticos imaginam ser possível gerenciar preços como se isto fosse um
numero arbitrário passível de manipulação pelo governo sem consequências na
vida econômica, definição de salario mínimo é um exemplo incontestável desta
impossibilidade – políticos bem intencionados querem que as pessoas ganhem
mais, porem a nefasta consequência disto é a perda de empregos para aqueles sem
qualificação, exatamente os que mais precisam.
Sugiro leitura do excelente texto do
professor de economia da Universidade George Mason - Donald J. Boudreaux - “Às vezes, não há nenhuma opção
boa” – Postado em 19 de novembro
de 2015
Temos
que nos curvar a verdade inexorável: economia obedece leis que não podem ser
manipuladas e sequer gerenciadas. Este o motivo pelo qual regimes ditatoriais
geram enorme frustração na sua população, e populistas de toda ordem se elegem
propondo milagres inalcançáveis. Tentativa e frustração. Reconhecer isto
constitui importante passo na busca de soluções: economia não obedece
vontade humana. Ditaduras ou regimes de força
só são defendidos por aqueles que gostariam de estar do lado do cabo do
chicote; se estiverem do outro lado, defendem a democracia com toda convicção.
Assistimos atualmente, perplexos e impotentes, atuação do mundo politico em
fraudes, abusos, negligencia profissional ou crimes contra a economia com
profundo impacto na vida de milhões de vitimas inocentes.
Especialistas
e intelectuais com muita frequência e injustamente apontam o dedo para os
homens de negócios como os responsáveis pela miséria, frustrações e
desapontamentos da atual condição humana. Nada mais injusto e longe da verdade.
Homens de negocio operando no livre mercado ganham dinheiro satisfazendo a
necessidade dos outros nunca a deles próprios, totalmente distinto de
políticos e burocratas que não desdenham, em certos casos, parceria com fraude,
trapaça e corrupção. Um CEO ou executivo de empresa é apontado pelos
méritos e resultado ao invés de promessas inúteis e mentiras de políticos.
Enfim, nada mais digno e moral do que manter um nível de vida através de votos
dos consumidores que, em ultima analise, são decisivos na manutenção de
empresas operando no livre mercado – cada centavo gasto num supermercado são
votos dados e estímulos para planejar a produção e distribuição de bens e
serviços. Homens de negocio trazem progresso e
empregos, ao contrario de políticos que asfixiam com impostos e paralisam
o progresso. Investidor deve ser recebido com tapete vermelho, algo muito
importante para a geração de empregos. A liderança empresarial abrange
integridade, disciplina e qualidade de caráter ao enxergar e atender as
necessidades da comunidade.
Grande
miopia que ainda domina a mente obtusa de certos intelectuais é imaginar que
economia tem nacionalidade – investimento busca ganhar dinheiro em qualquer
lugar que isto seja permitido. Imaginar
nacionalidade para economia é semelhante a supor que a lei de gravidade só vale
para determinados países!!!
Só e
apenas no livre mercado a democracia se exercita, com interferência de governo,
sistema converge para autocracia, onde a sorte de governados depende da
virtude de governantes.
Consenso
e não coerção é a marca registrada do livre mercado, onde consumidores de forma
voluntária podem dizer sim ou não para uma oferta ou troca de bens e
serviços, com regras simples: não roubar, não matar e não trapacear, ao
contrario do mundo politico. Humildade,
honestidade e liberdade são as únicas formas de vencer no mundo competitivo de
livre mercado, estrada ética para a dignidade humana e mútua prosperidade.
Sugiro leitura do excelente texto do Professor de Ética e Liderança Empresarial da CITADEL. Richard M. Ebeling de 27/10/2016 – “Empreendedorismo, a
economia de mercado e melhorias humanas”
Vejamos
como podemos separar politica de economia.
O
trabalho humano é um processo de transformação de energia: para que possa
manifestar-se a energia humana: nutrição, saúde e educação devem ser
asseguradas a priori e não como pagamento do trabalho executado. Tal como o
veículo precisa de combustível e manutenção para trafegar.
Estes 3
setores constituem a interferência legitima do governo na economia: governos do mundo inteiro, quer socialistas quer
capitalistas, precisam subsidiar de alguma forma a agricultura (nutrição),
saúde e educação, em outras palavras, são estes setores que igualam
oportunidades em qualquer sociedade. Um
novo Pacto social onde estes 3 setores passam a ser responsabilidades do
processo produtivo privado, comprados a livre preço de mercado e governo reduz
a tributação correspondente. Com isto teremos a almejada separação entre
economia e politica, a partir dai, laisser fare, laissez passer – livre mercado
agindo de forma ampla, abrangente e livre – pleno emprego produtivo é o
fiador deste Pacto Social.
Em 1758, Francois Quesnay, um dos lideres
dos fisiocratas, combinando seus conhecimentos de agricultura e medicina
apresentou ao rei Luis XV sua tabela econômica mostrando a interdependência e
fluxo de bens e dinheiro através dos vários setores da economia: agricultores,
proprietários de terras, industriais e comerciantes. Conselho de Quesnay ao rei de França Luis XV: não há necessidade do
governo regular preço dos bens e serviços, somente a competição pode regular
preço com justiça. Nada mais atual do que seguir este sábio conselho de
Quesnay. – deixe o ser humano livre para tomar suas próprias decisões.
Iniciativa privada não apenas é mais competente para
produzir automóveis ou aparelhos de tvs, mas também para produção de saúde e
educação. É uma
miopia politica deixar isto nas mãos do governo, pois pela importância destes
setores, iniciativa privada deve ser o mecanismo para produção destes serviços
essenciais – somente que quem passa a pagar esta conta é o setor produtivo
privado, diretamente para o hospital e escola. Alguns
países continuam ensinando aos jovens, conteúdo escolar de séculos passados.
“Ninguém gasta o dinheiro dos outros com tanto cuidado como gasta o seu
próprio. Se quisermos eficiência e eficácia, se quisermos que o conhecimento
seja bem usado, isso precisa ser feito por meio da iniciativa privada.”- Milton
Friedman
Com
iniciativa privada atuando, estudantes e famílias deverão ter total liberdade
de escolha da profissão, agregando uma conexão indispensável – empresário só
vai investir na formação de profissionais que interessam ao processo produtivo.
Sugiro leitura do excelente texto
do Professor Jason Morgan do Instituto Mises “Como fazer acessível a educação superior” postado pelo Mises Institute em 7/11/2016
Para relaxar, após estressante tema,
assista esta magistral apresentação pela conclusão do décimo aniversário da
peça "Les
Miserables." de
Victor Hugo.
Do You
Hear the People Sing - Publicado
em 21 de jan de 2015
Cordialmente,
Ronaldo Campos Carneiro – nov/2016
rcarneiro4@gmail.com
http://ronaldocarneiro.wordpress.com
http://rcarneiro4.blogspot.com.br
rcarneiro4@gmail.com
http://ronaldocarneiro.wordpress.com
http://rcarneiro4.blogspot.com.br
----------------------------------------------------
Salve 2017 – comentários
-----------------------------------------------------
De: Hallage
[mailto:hallage@avalon.sul.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 20:08
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 20:08
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Prezado
Ronaldo
Parabenizo
você por continuada busca intelectual da solução de questões sociais.
Agradeço
também por ter compartilhado o presente artigo.
A grande
saída a meu ver para a diminuição do estado e o consequente desmonte da
influência política na economia, passa pela tecnologia da informação, pois o
privilégio da posse da informação como pedra angular do poder sobre a sociedade
está com seus dias contados.
Quando a
transparência da informação fizer ceder os pilares do poder político e o
conhecimento do que realmente se passa, mudará as relações de poder.
Não pretendo
nestas poucas frases encerrar o assunto, pois este tema requer mais tempo e
espaço para debatê-lo. Mas tenha certeza que está relação de poder já está em
rota de mudança.
Veja
por exemplo a relação professor-aluno como mudou. O professor já deixou a bom
tempo de exercer o poder sobre os alunos por ser "proprietário " da
informação. Só tem o respeito e interesse dos seus alunos se conseguir
repassar-lhes conhecimento.
O tema como
disse é muito extenso, mas espero ter contribuído para a continuidade das suas
reflexões.
Um forte
abraço
Hallage
De: Gercy Joaquim Camêlo
[mailto:gjcamelo@hotmail.com]
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 21:22
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 21:22
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Companheiro
Governador Ronaldo,
Mais
uma vez, muito obrigado pelas belas palavras, pelo ótimo texto e pela belíssima
apresentação musical.
Fique
com o meu forte abraço.
Gercy
De: Carlos Russo Jr.
Data: 3 de novembro de 2016 14:10
Assunto: RE: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
E muito amor! Ronaldo, excelente texto. Acabo pela primeira de muitas vezes que se sucederão. Grande abraço.
Data: 3 de novembro de 2016 14:10
Assunto: RE: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
E muito amor! Ronaldo, excelente texto. Acabo pela primeira de muitas vezes que se sucederão. Grande abraço.
Carlos Russo Jr.
Espaço Literário Marcel Proust
De: maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br
[mailto:maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 4 de novembro de 2016 00:54
Para: maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br
Assunto: [maoslimpasbrasil] Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo”... - 1
Enviada em: sexta-feira, 4 de novembro de 2016 00:54
Para: maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br
Assunto: [maoslimpasbrasil] Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo”... - 1
Se
escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo” deveria
iniciar com “Nós os ricos” – Ronaldo Campos Carneiro
1.
O sr. Ronaldo não é> comunista, socialista, petista, fascista, etc. Não
pertence a nenhum movimento social ou político, de esquerda ou de direita. Ele
é apenas um rotariano de carteirinha. O Rotary Club é uma entidade filantrópica
e assistencialista, cuja elite é constituída por empresários humanistas e bem
intencionados e que, com outras
palavras, propõem a civilização do capitalismo, não tendo porém uma estratégia
eficaz para atingir este objetivo utópico. Podemos atribuir ao termo utopia um
duplo sentido: um positivo, referente às utopias viáveis e outro negativo,
referente às utopias inviáveis. Existe porém uma fronteira invisível ente os
dois tipos de utopia. Quando alguém inventou no século XIX uma viagem literária à lua (Julio
Verne) não estava criando nem uma
utopia. Ou estava? Para distinguir entre
utopias viáveis e inviáveis, quando o assunto é o comportamento do homem em
sociedade, podemos levar em conta que
nesta área existem algumas tendências irreversíveis ou quase irreversíveis. Com
base nelas podemos prever o futuro da humanidade ao longo de algumas décadas ou
mesmo séculos.
O
Rotary no Brasil foi prestigiado por Presidentes da República das mais variadas
correntes, de Getúlio a Jânio Quadros. Este artigo apresenta algumas passagens
interessantes da história do Rotary no
Brasil: http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/textos/11_artigo_uhleab.pdf
A
igualdade social é uma utopia inviável porque por natureza o homem é
socialmente desigual. O cérebro humano, que comanda as nossas ações foi criado
para a competição que gera a desigualdade. Em todas as atividades humanas
existem os “melhores” e os “piores”, os “mais competentes” e os “menos
competentes”. Com a invenção do dinheiro e da propriedade, nasceram duas
categorias (ou classes) de seres humanos: os pobres e os ricos. E, enquanto
existir o dinheiro, haverá pobres e ricos. Marx propôs a extinção das classes
mas não do dinheiro. Mas se para ele a luta de classes era o motor da história,
como a história iria funcionar depois da extinção das classes? A luta de
classes só existe porque o homem é o lobo do homem e isso não foi uma invenção
do capitalismo, um sistema que maximizou o individualismo genético, selvagem e
primitivo do bicho homem. Os capitalistas mais civilizados deveriam estar no
comando da economia, mas os regentes do capitalismo financeiro tomaram o poder
sem data prevista para abandoná-lo.
2.
Eu digo que a miséria é a mais perversa forma de corrupção e também não sou
comunista, socialista, petista, fascista, teista, ateísta, conservadorista, liberalista, etc. Também não sou nem otimista nem pessimista. 99% dos termos
derivados do sufixo “ismo” são ideológicos, porque olham a realidade com base
em “opiniões” ou em meros “wishfulthinkings”
(pensamentos desejos)
A
liberdade de ter opinião é um direito humano elementaríssimo. Mas este direito
não está resolvendo os problemas da humanidade, inclusive porque ela não é
governada por verdadeiros seres humanos, mesmo porque a conotação positiva que
se dá ao termo “humano” não corresponde aos fatos. Se a “humanidade é mais
cruel das espécies” (José Saramago, prêmio Nobel de literatura, 1998), o ser
humano ainda não é humano. Nós estamos ainda numa fase de transição de um
estado selvagem primitivo para um estado
superior da civilização. Do ponto de vista psicossociobiológico não há diferenças
significativas entre ricos e pobres. Prova disso, é que o pobre quando se torna
rico vai se comportar do mesmo modo que aqueles que sempre foram ricos. Lula e
seus companheiros burgueses da esquerda constituem uma amostra exemplar da
igualdade desumana entre pobres e ricos.
E
enquanto a humanidade estiver dividida entre esquerda e direita ela estará
condenada ao fracasso. Essa divisão é anacrônica. Se de algum modo foi útil no
passado, em defesa dos pobres, hoje ela só serve para beneficiar os ricos e os
oportunistas da esquerda. Surge agora
uma nova fantasia entre os intelectuais da
esquerda no Brasil, segundo a qual o PSOL substituiria o PT. Mas o
própria direção do PSOL já se declarou incompetente para substituir o PT,
partido este que foi produto de uma condição social e política bastante especifica (e inusitada) da história
do Brasil - tão inusitada que a ascensão do PT dependeu do apoio do General
Golbery.
Mas
a partir de agora a existência da
esquerda beneficiará a direita, porque como vemos no Brasil, a direita se
aproveitou do fato de o PT ser de esquerda para conquistar o apoio do povo,
incluindo uma boa parte dos pobres que
deixaram de ser lulistas. A campanha orquestrada pela direita com o apoio da
mídia foi baseada na estratégia de fundir os conceitos de esquerda e corrupção.
O “expertise” da propaganda e do
marketing político se resume numa palavra : manipulação. Não há nada mais fácil
neste mundo do que manipular a pobre mente dos humanos, como bem ilustrou a
ascensão de Hitler ao poder. Por mais que Lula e Dilma se aburguesassem eles
continuam alvo da absurda acusação de
serem comunistas. Que síntese conceitual
seria melhor do que essa para manipular o povo?: - comunismo com corrupção. Os comunistas
corruptos já foram alijados do poder. E agora? Ah... agora a direita vai ficar
proclamando por uns 10 anos ou mais que o grande culpado pela crise foi o PT,
cujo espírito demoníaco vai continuar vivo. Por isso é bom para a direita, que
o PT continue vivo. Na ausência dele quem serviria para o papel de bode
expiatório?
Mas afinal quem é a direita? Ela vive no
anonimato porque declarar-se como um camarada de direita é algo execrável para
o opinião publicada. Assim para esquizofrenia ideológica reinante, a direita
desapareceu. Só existe a esquerda que foi alijada do poder. A direita foi
transformada em “centro”. Inventaram o “centro- direita” e o “centro -esquerda”
para fugir dos dois lados. E ainda tem muita gente neste mundo que vê as
ideologias como um diferencial sério para os partidos. Assim, se depois da
reforma política ficarmos com apenas 10 partidos, teremos dez ideologias diferentes para eles adotarem.
E como nós humanos abominamos a precisão na comunicação falada e escrita, os
proclamadores das 10 ideologias podem se dar ao luxo de nem pensarem no
conteúdo que distingue cada ideologia da outra
Até
a próxima resposta a esta mensagem liberal do nosso amigo rotariano,
reproduzida abaixo.
Abraços
Mtnos
Calil
Ps. Eu assisti a essa magistral apresentação musical
sugerida por Ronaldo
De: Sergio Levy
Data: 5 de novembro de 2016 16:58
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 5 de novembro de 2016 16:58
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
MARAVILHA em todos os aspectos ! Parabéns !
FELIZ NATAL E VENTUROSO 2017 !
Sergio Levy
De: Mauricio
Carvalho de Oliveira
Data: 7 de novembro de 2016 13:59
Assunto: RES: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 7 de novembro de 2016 13:59
Assunto: RES: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro
Interessante suas análises e proposta
para discussão, nesse mundo onde a mediocridade intelectual se juntou à sanha
desarvorada pelo ouro, ou ouro de tolos?, acumulado a qualquer custo, mesmo ao
custo da honra da família. Mas e daí, quando, por exemplo, um país abaixo da
Linha do Equador, temos doenças como essas, bem descrita por Guzzo, que já se
instalou na medula dos ossos da sociedade???
John Rawls, um dos expoentes da filosofia política americana, autor do livro Uma
Teoria da Justiça. “Cada pessoa possui uma inviolabilidade
fundada na Justiça que nem o bem-estar da sociedade como um todo pode sobrepor.
Portanto, numa sociedade justa, os direitos assegurados pela Justiça não estão
sujeitos à barganha política ou ao cálculo dos interesses sociais”.
Maurício Carvalho de Oliveira
Engenheiro Agrônomo – Fiscal Federal
Agropecuário
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
Chefe da Divisão de Agricultura
Conservacionista
Anexo B, Sala 143
70043-900 Brasília – DF
De: pretoni@dataconsult.com.br
[mailto:pretoni@dataconsult.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 7 de novembro de 2016 19:29
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Rotary no Brasil
Enviada em: segunda-feira, 7 de novembro de 2016 19:29
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Rotary no Brasil
Ronaldo
Você
sempre foi brilhante nos seus conceitos.
Abraços
Pretoni
De: Aliene Gmail
[mailto:aliene.ags@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 8 de novembro de 2016 01:49
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: da Aliene - Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Enviada em: terça-feira, 8 de novembro de 2016 01:49
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: da Aliene - Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Oi,
Ron!
Obrigada
pelo carinho!!!!
O seu
texto é excelente.
Obrigada
pelo envio. Realmente digno de uma grande reflexão.
Vou
enviar pra minha turminha.
Tb
adorei o vídeo da peça "Os Miseráveis'.
Bjs. no
seu coração
Eu
E um lindo Natal pra vc e sua família
-------------------------------------------------------