Cordiais saudações - tendo em vista a repercussão
mundial do livro "Capital no século
21" do economista francês Thomas
Piketty e do impacto nas prioridades sociais e objetivos da comunidade, envio
anexo, minha avaliação do citado livro. Espero que sirva para uma reflexão
sobre o momento atual. Cordialmente
Ronaldo Campos Carneiro – June 2014
Brasília - DF
- Brasil
Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Quinze anos de pesquisa (1998-2013)
destinada sobretudo para entender a dinâmica histórica de renda e riqueza em
cerca de 20 países, retrocedendo cerca de 200 anos e muitas delas desde o
inicio dos tempos, marcando fatos notáveis da humanidade, tais como revolução
industrial, conflitos mundiais, crises econômicas, usando correções e
harmonização de dados amplamente aceitas por instituições de credibilidade tais
como Banco Mundial, ONU, FMI, permitiram a este professor economista francês de
43 anos da Escola de Economia de Paris Thomas Piketty, concluir que:
Capitalismo, ou o
que restou dele tal qual vem sendo praticado ou capitalismo de amigos ou
compadres (crony capitalism) é altamente
concentrador de renda e riqueza - é um processo onde rico fica mais rico e
pobre fica mais pobre
Estimativas para o século 21 são
alarmantes, tornando inviáveis a convivência humana com as regras atuais.
A competição de mercado que se assiste hoje é como uma
corrida de atletismo: alguns de barriga cheia e com acesso aos
sistemas de saúde e de educação, disparados lá na frente; e uma
multidão de excluídos lá atrás: o mínimo
decente e justo é colocá-los na mesma linha de partida ou igualar as
oportunidades na largada.
"As 85 pessoas mais ricas do
mundo, que poderiam caber em um simples ônibus londrino de dois andares,
controlam tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial - isto
é, 3,5 bilhões de pessoas.
"A desigualdade excessiva é corrosiva do crescimento; é corrosiva
para a sociedade. Acredito que os profissionais
da economia e a comunidade política ignoraram a desigualdade por
tempo demais." Cristine Lagarde,
diretora Executiva do Fundo Monetário Internacional.
Penso que estas conclusões são
irrefutáveis, nenhum acadêmico poderá, a partir da pesquisa de Piketty,
desconsiderar a enorme exclusão social gerada pelo capitalismo, ou a premente
necessidade de uma ação que consiga reverter este quadro dramático.
Desigualdade é um complicador para a economia de mercado. Nunca podemos
esquecer que a economia depende da oferta e demanda – de nada adianta ter
oferta com redução da demanda ou vice versa. Somente os liberais sonhadores,
imaginam que a economia pode funcionar só com oferta!!! Economia é uma ciência
onde os agentes são regulados pela inexorável lei da oferta e procura. Política
é uma arte onde prevalece a vontade humana. Este o motivo que não podem se
misturar, economia e politica tem natureza distinta.
Esta total concordância com as conclusões
de Piketty, me levam igualmente a uma total
discordância de suas recomendações: taxação progressiva e imposto global sobre
a riqueza. Este é o caminho mais rápido para o inferno, significa mais
governo, burocracia, guerra, corrupção, ou ainda, na visão econômica: significa
transferir recursos da lei da oferta e procura para a cambiante vontade humana
de burocratas e políticos – a antessala do inferno. Nada é mais predatório que
a ação do governo na economia - endividamento é o que governos sabem fazer e
fazem sem parcimônia.
“Déficits significam futuros aumentos de impostos, pura e
simplesmente. O aumento de déficits
deve ser visto como um imposto sobre as futuras gerações, e os
políticos que criam déficits deveriam ser condenados como criadores de
impostos”. Ron Paul – ex senador americano
(republicano)
Nossa geração é penalizada por decisões de
gerações passadas com acréscimo do endividamento, assim como gerações futuras
terão que pagar pela inconsequência de nossa geração por aumento de dividas. A
discussão europeia sobre austeridade ou
estímulos keynesianos significa penalizar nossa geração ou nossos
descendentes. O poderoso de plantão, usualmente, busca o aplauso imediato
transferindo o problema pro futuro. É a inconsequência de quem não se preocupa
com as próximas gerações.
“Não se esqueçam de que eu descobri que mais de noventa por cento de
todos os déficits nacionais, de 1921 a 1939, foram causados por pagamentos
pelas guerras passadas, presentes e futuras”. Franklin D. Roosevelt
“As pessoas não fazem guerras. São os governos
que as fazem”. Ronald Reagan
Retrocedo ao ambiente da
revolução americana – “jamais
fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes” e ao clima da revolução
francesa com promessas de “liberdade,
fraternidade e igualdade”
A
desigualdade de oportunidades nas regras de convívio humano está gerando o mais
terrível processo de dominação e servidão humana que é a ditadura da
burocracia. A enorme quantidade de recursos financeiros em poder do Estado
a serem alocados por atos de vontade humana estimula uma corrida desenfreada em
políticos inescrupulosos que buscam o poder a qualquer custo, onde “não
desdenham, em certos casos, alianças com a trapaça, fraude e corrupção” usando
as palavras de VILFREDO PARETO.
Seria muito eficaz e útil que os formuladores econômicos se
convençam de que aplicar mais medidas
usando o mesmo referencial keynesiano chegaremos aos mesmos resultados.
Temos que migrar para outro referencial se quisermos avançar no processo de desenvolvimento.
Os dirigentes econômicos devem ter consciência de que:
"Se eles fizerem apenas o que sempre fizeram, acabarão obtendo apenas o que sempre tiveram". Esta proposta de Piketty é mais do mesmo, que certamente levará a resultados medíocres.
"Se eles fizerem apenas o que sempre fizeram, acabarão obtendo apenas o que sempre tiveram". Esta proposta de Piketty é mais do mesmo, que certamente levará a resultados medíocres.
A relação renda riqueza se assemelha a um rio fluindo em direção a uma
barragem, onde a renda é a variável de fluxo ou a fluidez do rio e a riqueza a
variável de estoque ou a acumulação na barragem. Ambos têm a mesma natureza,
riqueza nada mais é que trabalho acumulado e somente este pode gerar riqueza. Piketty provou que tem gente colhendo sem
plantar, ou gerando riqueza com trabalho alheio ou ainda quando o retorno
do capital sobrepuja o progresso da economia, produz acumulação predatória. É a
economia patrimonialista que produz rendimento herdado de família ou de
natureza politica: ser amigo do rei rende mais que o mérito e competência. Seria cômico se não fosse trágico imaginar
que o controle de fluxos financeiros: moeda, cambio e crédito possa gerar desenvolvimento,
como sugeriu Keynes. Apenas e somente trabalho produtivo consegue gerar
capital.
“O trabalho existe antes, e é independente do capital. O capital é
apenas o fruto do trabalho, e jamais teria existido sem a prévia existência do
trabalho. O trabalho é superior ao
capital, e merece muito mais consideração”
Esta verdade expressa por Abraham Lincoln deve ser
resgatada por todos aqueles zumbis que estão vagando perdidos e descolados de
conceitos básicos da economia.
Não se pode criticar sem propor algo em troca. Solução não esta no rol
das ferramentas econômicas, mas no âmbito da politica, através de acordo pleno,
real e verdadeiro em torno de um novo Pacto Social, onde nutrição, saúde e educação passam a ser reponsabilidades do
processo produtivo privado e o governo, reduzindo a tributação correspondente,
irá reduzir sua interferência na economia. Ao invés de transferir recursos do rico para o pobre, igualam-se as
oportunidades de nutrição, saúde e educação. Não falamos de filantropia,
mas num novo conceito de trabalho humano
como processo de transformação de energia humana em energia física ou
intelectual. Trata-se de substituir a cambiante lógica de ideias –
ideologia – pela invariável lógica da vida – biologia. Certamente o empresário
não ira agir por filantropia, é o pleno
emprego produtivo que será o fiador deste Acordo de vontades.
Ideia é de uma simplicidade franciscana:
Piketty provou que através de séculos de implantação de medidas distributivas
em todos os países, ou ainda transferir recursos de ricos para pobres apenas
conduz a mais exclusão social.
Proibir a riqueza colocando um teto no
rendimento, como propõe Piketty, significa tentar enfraquecer os fortes para
fortalecer os fracos. Melhor seria, ao
invés de teto, colocar um piso para permitir a riqueza e proibir a pobreza.
Ou, destampar a panela de pressão e permitir um sistema aberto com dissipação
de pressões.
Vamos igualar a todos o acesso a nutrição, saúde e educação e liberar
todo o arsenal e valores da economia de mercado. Foram estes valores que
fizeram o ocidente prospero desde o século XIX e que já provaram sua eficácia.
Antes de qualificar esta proposta de utópica, teórica, ou
irrealizável, é oportuno lembrar que a liberação
total de preços e salários irá conduzir ao pleno emprego produtivo, vale
dizer: salários serão ascendentes - não é necessário definir um salario mínimo
- imaginem como foi a revolução industrial no inicio do século XIX.
"As instituições governamentais
somente:
a) protegem os poderosos
e os grupos de interesse,
b) criam
hostilidade, corrupção, e desesperança,
c) limitam a
prosperidade, e
d) reprimem a
livre expressão e as oportunidades dos indivíduos"
IMB - Instituto Mises
Deixo, adiante, alguns desafios para reflexão no âmbito desta
proposta:
1) setor agrícola e a reversão da migração campo – cidade;
2) setor de saúde e educação e a eficácia do arsenal da empresa
privada; lucros vinculados a saúde da população;
3) setor financeiro e sua inviabilização na compra e venda de papel
com expressão monetária;
“Felizmente, a crise provocou um curso de
correção maior, com o entendimento de que o verdadeiro papel do sector
financeiro é servir, e não governar a economia. Como Winston Churchill uma
vez disse: "Eu preferiria ver o setor financeiro menos orgulhoso e a indústria mais contente".
Christine Lagarde - FMI
4) área politica e o desinteresse de aventureiros quando recursos
escassearem
Finalmente, uma oportuna reflexão diante da realização de uma Copa do
Mundo de futebol, ou de uma Olimpíada, imagine como seria a competição caso houvesse
influencias de natureza politica - burocrática na escalação das equipes e nas
regras do jogo!!!
“No inferno, os lugares
mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de
crise”. Dante Alighieri (1265-1321)
Vamos aprender
com as melhores lições de Von Mises:
· Se a história
pode nos ensinar alguma coisa, seria que a propriedade privada está
indissoluvelmente ligada com a civilização.
· Aqueles que
estão pedindo mais interferência do governo estão pedindo, finalmente, por mais
compulsão e menos liberdade.
· Os governos se
tornam liberais somente quando forçados
pelos cidadãos.
· Tanto vigor e dinheiro são impotentes contra
idéias.
Joseph Stiglitz - A Desigualdade
não é inevitável – 27/6/2014
"Fazer os mercados agirem como mercados seria um bom
ponto de partida";
“Temos que acabar com a sociedade de rentistas onde o rico obtem lucros através de manipulação do
sistema”.
"Não estaremos abraçando uma política de inveja ao
revertermos uma política de ganância."
"A desigualdade que se alarga e aprofunda não é
conduzida por leis econômicas imutáveis, mas por leis que nós próprios
redigimos".
"A desigualdade não se refere apenas à taxa marginal do
imposto máximo, mas também ao acesso de nossos filhos à alimentação e ao
direito que todos têm à justiça"
“O problema da desigualdade não é apenas uma questão técnica
da economia. Ela é na verdade um problema prático da política."
Conferência sobre Capitalismo Inclusivo - Christine Lagarde, Diretora
do Fundo Monetário Internacional, Londres, 27 de maio de 2014
“Uma concentração maior de renda até poderia -
se não fosse contida - minar os princípios da meritocracia e da democracia.
Poderia minar o princípio da igualdade de direitos proclamada em 1948, na
Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
"O
Papa Francisco recentemente descreveu isso em termos duros, quando chamou a crescente desigualdade de 'raiz dos males
sociais'”.
"Portanto
não surpreende que uma pesquisa do FMI - feita sobre 173 países nos últimos 50
anos -, tenha concluído que os países
mais desiguais tendem a ter mais baixo e menos durável crescimento
econômico."
E não devemos
desistir só porque é difícil. Permitam-me citar John Fitzgerald Kennedy aqui, que disse a famosa frase de que "nós
escolhemos ir à Lua não porque é fácil, mas porque é difícil".
Leia
a íntegra em Conferência sobre Capitalismo
Inclusivo (Conference on Inclusive Capitalism):
Cordialmente
Ronaldo Campos Carneiro - junho/2014
rcarneiro4@gmail.com
Para entender o livro de Piketty:
http://piketty.pse.ens.fr/en/capital21c2 - Paris School of Economics
Debate com pensadores extraordinários na CUNY – City University of New
York
Skidelsky´s blog - "http://www.skidelskyr.com/"Skidelsky'sHYPERLINK
26 de maio Too Much: Edição
Especial Thomas Piketty - Sam Pizzigati - http://toomuchonline.org/weeklies2014/may262014.html
John Weeks - Why Is Capital In The 21st Century (C21C) Such A
Success? 30/05/2014
Debate
Piketty and senator Elizabeth Warren
Comentários
recebidos sobre este texto
|
|
From: Thomas
Piketty
Date: 2014-06-13 3:37 GMT-03:00
Subject: RE : Piketty’s Capital - The Answer of a convinced Liberal
To: Ronaldo campos carneiro
Date: 2014-06-13 3:37 GMT-03:00
Subject: RE : Piketty’s Capital - The Answer of a convinced Liberal
To: Ronaldo campos carneiro
Thanks Ronaldo, I
appreciate it. Best, Thomas
__________________
Thomas Piketty
Ecole d'Economie de Paris/Paris School of Economics
Page personnelle : http://piketty.pse.ens.fr/
Thomas Piketty
Ecole d'Economie de Paris/Paris School of Economics
Page personnelle : http://piketty.pse.ens.fr/
-----------------------------------------------
From: Thomas
Piketty
Date: 2014-07-02 7:38 GMT-03:00
Subject: RE: Piketty’s "Capital" - The answer of a convinced liberal
To: Ronaldo Carneiro
Date: 2014-07-02 7:38 GMT-03:00
Subject: RE: Piketty’s "Capital" - The answer of a convinced liberal
To: Ronaldo Carneiro
Thanks Ronaldo, this is a very interesting reaction! Best, Thomas
_______________
Thomas Piketty
Ecole d'Economie de Paris/Paris School of Economics
Page personnelle : http://piketty.pse.ens.fr/
De: Ives Gandra Martins
Data: 7 de julho de 2014 11:18
Assunto: RES: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 7 de julho de 2014 11:18
Assunto: RES: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado Ronaldo,
Li seu artigo.
Em quase todas as conclusões do amigo, nossas posições são
iguais. As soluções propostas por Piketty são piores do que aquelas que temos
na atualidade, porque o Estado, em sua função distributivista sempre a exerce
mal ou não a exerce, sobre inibir o processo produtivo.
Tenho dúvidas, todavia, sobre os dados em que se baseia Piketty.
Parabéns pela análise,
Forte abraço,
Ives Gandra Martins
----------------------------------------------------------------------------
De: gersongoncalves38@gmail.com
6/6/14
Meu bom companheiro Ronaldo, agradeço sua
matéria.
Li atentamente suas ponderações enriquecidas com
citações de luminares, dos quais você é um deles.
Ainda não li o referido livro mas concordo com
suas obsrvações.
Receba o meu abraço agradecido,
Gerson Gonçalves
---------------------------------
De: helio@mises.org.br
6/6/14
Obrigado pelo texto, Ronaldo! O Piketty merece
ser refutado continuamente.
Abs
---------------------------------------------
De: mnobrega@tendencias.com.br - 7/6/14
Mailson da Nobrega
Caro Ronaldo,
Grato por suas interessantes observações sobre o
livro de Piketty. Estou concluindo a leitura do calhamaço e ainda não cheguei
na proposta de tributação confiscatória. Sem dúvida é um dos pontos fracos da
obra. Outro é achar que as coisas são imutáveis e que somente a ação estatal
pode corrigir as distorções na distribuição da riqueza.
Um abraço,
Mailson
--------------------------------------
De: toro.alp@terra.com.br - 7/6/14
Estimado Ronaldo - Meu govermador pensador -
Parabéns pelo seu lúcido comentário. Abraços. Toro
----------------------------------------
De: tereza@eq.ufrn.br - 7/6/14
Excelente reflexão companheiro Ronaldo. Não sou
da área econômica , mas não seria preciso para entender o que estamos
vivenciando e com as suas reflexões, ficou ainda melhor. Me deu vontade de ler
o livro.
Sds
Tereza Neuma
Sds
Tereza Neuma
--------------------------------------------------------------
De: fgiambia@terra.com.br
9/6/14
Obrigado, Ronaldo. Creio que vai se consolidando
a percepção de que mesmo que muitas das análises do autor sejam pertinentes, as
conclusões não o são. Grato pelo texto. Abraços Fabio
----------------------------------------------------------
De: alvaropcerqueira@uol.com.br
6/6/14
Parabéns Ronaldo,
Piketty é um socialista envergonhado, ou
disfarçado. Não está com nada.
Abrs.,
Álvaro P. de Cerqueira
---------------------------------------------
De: pralmeida@me.com
8/6/14
Voce tem totalmente razao Ronaldo. O Piketty
parte de boas intencoes, mas suas premissas são falsas e suas recomendações são
totalmente equivocadas.
Muita gente pensa como ele, a começar pelos
políticos e pelos governos...
Infelizmente...
Paulo Roberto de Almeida
pralmeida@me.com
www.pralmeida.org
diplomatizzando.blogspot.com
---------------------------------------
De: zeroberto.afonso@gmail.com
8/6/14
Legal. Distribuirei.
-----------------------------------------------
8/6/14
Grato, Ronaldo. Muito pertinente.
Joao Augusto Figueiró
Instituto Zero a Seis - Primeira Infância e Cultura de Paz
Av. Paulista, 2073 - Horsa I - sala 2112
01311-940 - Bela Vista
Sao Paulo - SP - Brasil
55(11) 3287 9206
---------------------------------------
De: Helio Schwartsman
9/6/14
Ronaldo,
Grato!
Considerações interessantes.
Abs.
H
---------------------------------------
De: mlucia@sercomtel.com.br
9/6/14
Obrigada, Ronaldo. Vou ler sua reflexão.
Um abraço,
Maria Lucia
---------------------------------------------------------
De: jubiaba@terra.com.br
10/6/14
Caro Ronaldo,
Sua avaliação me parece adequada até você
“discordar das recomendações”...
Pelo que compreendi da breve leitura do livro, o
Piketty não propõe “elevar” a carga fiscal, nem também uma postura de mais
governo.
Meu entendimento foi de que ele propõe uma taxação
progressiva e um imposto sobre a riqueza, ao mesmo tempo em que haveria redução
da carga fiscal para os níveis menores de renda, para que possa haver, de fato,
maior redução da desigualdade, uma vez que, estatisticamente, as evidências
históricas são de que em todo o mundo tem havido, ao longo dos séculos,
concentração de renda, a qual não decorre necessariamente da remuneração do
fator trabalho, mas de ganhos financeiros e de remuneração de dirigentes em
montantes que não guardam nenhuma relação com a produtividade da empresa. Logo,
a resultante desta recomendação dele, é a da compensação entre os
contribuintes, mas não é de mais governo, nem por taxação, nem por gastos e
tampouco por ação adicional na economia.
Tendo feito estes comentários, entendo, como
você, que o monopólio ou a predominância do Estado na prestação de serviços de
natureza pública, como educação e saúde, bem como nos setores de
infraestrutura, como transporte, energia, saneamento, não assegura a desejada
melhoria social, nem o uso mais eficiente e mais eficaz dos recursos de uma
sociedade.
Entendo ser perfeitamente possível a atuação do
setor privado nestes segmentos, com resultados provavelmente mais eficazes e
com menores gastos, mas, ao mesmo tempo, acho que, nessas condições, há
necessidade de se contar com adequado sistemas de regulação, porque esses
“bens” e “serviços” são de natureza próxima de “publicos”, com as
características de setores com rendimentos crescentes de escala e um grande potencial
de apropriação do “excedente do consumidor” por parte do explorador do serviço.
Mas, regulação, no meu entendimento, não
significa “patronizar” o setor privado, diminuir seu “drive” natural de
aumentar produtividade e ganho, e estabelecer mecanismos de natureza
predominantemente burocrática. Regular é estabelecer regras gerais de proteção
dos consumidores do poder de monopólio e de eficaz entrega de um bom produto ou
serviço.
Estes seriam meus breves comentários ao seu
texto.
Abraços.
José Carlos
----------------------------------------------
De: jornalpravda@gmail.com
Jornal Pravda - 11/6/14
EXCELENTE
colocando no topo da página esta noite meu amigo
Grato
Timi
colocando no topo da página esta noite meu amigo
Grato
Timi
----------------------------------------------------
De: Paulo Roberto de Oliveira - 13/6/14
proliveira@globo.com
Amigo Ronaldo,
Como sempre, acompanho as suas idéias, que são
luzes para mim nessa área na qual não tenho qualquer domínio.
Parabéns porque, me parece, o Thomas também as
está levando em consideração.
Forte abraço.
paulo roberto.
------------------------------------------
De: Artur Larangeira
Data: 15 de junho de 2014 10:10
Assunto: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: rcarneiro@salutecafe.com.br
Data: 15 de junho de 2014 10:10
Assunto: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: rcarneiro@salutecafe.com.br
Concordo plenamente, o Brasil tem a 14a maior
carga tributária do mundo e está no 86a posição dê IDH, justo porque o dinheiro
nas mãos do estado só serve para ser dividido conforme o critério deles. Ex. o
valor médio das aposentadorias dos servidores públicos eh 7 vezes maior que a
média do INSS, e por incrível que pareça os do inss contribuíram com mais, e
para cobrir os benefícios aos privilegiados ao gente tira dinheiro da saúde e
dá educacao
--------------------------------------------------------------
de: Pic Rene
para: Ronaldo Carneiro
data: 15 de junho de 2014 15:50
data: 15 de junho de 2014 15:50
assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty
– Resposta de um liberal convicto
Caro Ronaldo ,
Na grande verdade sem vertente filosofica , a
economia pura e dura perde seus sentidos . Vale lembrar que este canibalismo
vazio sem altruismo leva a devastação dos valores humanos conquistados a duro
custo pelos mesmos da historia e que hoje estão pagando caro o cinismo da
"elite ".
O fracasso vem da falta de " humanismo"
, de busca de sabedoria .
Acumular é amostra da derisão do sistema que
reclama da falta de segurança ( cadê as escolas , os hospitais dignos ? a
cultura ? o urbanismo ? os projetos de sociedade ?
Um grande abraço
René Louis Pic
---------------------------------------------------
De: norton seng
Data: 15 de junho de 2014 22:48
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 15 de junho de 2014 22:48
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Caro Ronaldo,
Fico honrado com sua mensagem e muito agradeço
por incluir-me nos destinatários da mesma.
Estava viajando. Amanhã estarei em reunião com um
grupo de HK. Depois vou a SP. Mas saiba que vou ler, com esmerada atenção, o
seu comentário sobre essa obra que está sendo comentada em todo o mundo e está
causando uma verdadeira revolução de conceitos e valores.
Abraços,
Norton
-------------------------------------------------------
De: ceci.jurua@terra.com.br
16/6/14
Muito grata, caro Ronaldo, cumprimentos por sua
contribuição ao entendimento desta obra que considero relevante, vai marcar
época !
Observo apenas que se deve separar a qualificação, ou avaliação do livro de Picketty, das propostas que ele faz para o futuro.
Enquanto descreve e analisa o fenômeno de concentração da renda e d\a riqueza no mundo capitalista, Picketty age como um pensador de natureza universal, conseguindo até distanciar-se da formação francesa, tendo em vista sua passagem pelos Estados Unidos e o fato de a França integrar a UE há mais de uma década. E entendi eu, que ao privilegiar informações estatísticas, Picketty procurou evitar os estéreis debates ideológicos que vem freando as contribuições dos economistas há algum tempo. Em lugar de palavras ele oferece sobretudo números, como já o havia feito quando analisou os Hauts Revenus en France, no século XX. Perante os mesmo números, outros poderão oferecer palavras (interpretações) distintas, e é isto que eu gostaria de ver surgir.
Como formulador de propostas para o futuro ele é um francês, herdeiro legítimo de uma sociedade que pode gabar-se de ter tido grande sucesso na adoção do modelo social-democrata. Maravilha foi a França nos anos 1960 e 1970. Confortáveis padrões de igualdade social, dava prazer. E uma democracia respeitável onde conviviam indivíduos com tendências e idéias variadas: monarquistas, comunistas, liberais, neoliberais, nazistas, etc. Creio por isto que suas proposições foram altamente influenciadas pelo história fiscal da França. O que é no mínimo, saudável, mas não deve ser transposto para outros países. Política tributária- fiscal é sempre uma construção histórica de um país e de um povo.
Abraço cordial, Ceci Juruá
Observo apenas que se deve separar a qualificação, ou avaliação do livro de Picketty, das propostas que ele faz para o futuro.
Enquanto descreve e analisa o fenômeno de concentração da renda e d\a riqueza no mundo capitalista, Picketty age como um pensador de natureza universal, conseguindo até distanciar-se da formação francesa, tendo em vista sua passagem pelos Estados Unidos e o fato de a França integrar a UE há mais de uma década. E entendi eu, que ao privilegiar informações estatísticas, Picketty procurou evitar os estéreis debates ideológicos que vem freando as contribuições dos economistas há algum tempo. Em lugar de palavras ele oferece sobretudo números, como já o havia feito quando analisou os Hauts Revenus en France, no século XX. Perante os mesmo números, outros poderão oferecer palavras (interpretações) distintas, e é isto que eu gostaria de ver surgir.
Como formulador de propostas para o futuro ele é um francês, herdeiro legítimo de uma sociedade que pode gabar-se de ter tido grande sucesso na adoção do modelo social-democrata. Maravilha foi a França nos anos 1960 e 1970. Confortáveis padrões de igualdade social, dava prazer. E uma democracia respeitável onde conviviam indivíduos com tendências e idéias variadas: monarquistas, comunistas, liberais, neoliberais, nazistas, etc. Creio por isto que suas proposições foram altamente influenciadas pelo história fiscal da França. O que é no mínimo, saudável, mas não deve ser transposto para outros países. Política tributária- fiscal é sempre uma construção histórica de um país e de um povo.
Abraço cordial, Ceci Juruá
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De: jose
Data: 24 de junho de 2014 22:24
Assunto: Livro "Capital" de Piketty ? Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Cc: Jose Carlos Oliveira
Data: 24 de junho de 2014 22:24
Assunto: Livro "Capital" de Piketty ? Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Cc: Jose Carlos Oliveira
Obrigado Ronaldo. Gostei muito das pertinentes
considerações do Prof. Stephen Raudenbush. Concordo inteiramente com o ponto de
vista dele. Gostei também por você ter levado em consideração e disponibilizado
pontos de vista diferentes dos seus. E isso é ótimo, porque afinal, é a
contraposição dos elementos opostos que possibilita as mudanças progressivas e
evolutivas. Ou seja, é o sentido da dialética. Foi bom também eu ter tido a
oportunidade de ler a mensagem do Prof. Pedro Schwartz, Catedrático de História
do Pensamento Econômico da Universidade Complutense de Madrid, na época em que
fiz lá o meu Doutorado.
A propósito, me permita uma pequena digressão
sobre um fato que guarda relação com o tema tratado. Naquela época, início dos
90, ocorreu um significativo debate entre dois renomados Catedráticos: um,
defensor do neoliberalismo, e o outro, crítico. Ainda me lembro que o
neoliberal convicto dizia que teve a satisfação de ver adotadas muitas das
ideias de Frederick von Hayek, o que levou o crítico do neoliberalismo a
comentar que se com isso ele queria dizer que semelhantes ideias foram adotadas
pelos governos Thatcher e Reagan na década de 80, pois tinha razão. Porém, se
com isso queria dizer que tais ideias resultaram exitosas, tal afirmação era
equivocada. Nem o governo de Thatcher, nem o de Reagan, maiores defensores do
neoliberalismo naquela época, conseguiram reduzir o papel do Estado de modo
significativo, como aconselhava Hayek. Na realidade, continuava o Catedrático
fundamentando sua visão crítica, houve uma transferência de gastos em serviços
públicos para gastos em defesa. E ele prosseguia explicando que o centralismo
do poder sob Thatcher era inquestionável e, para os que acreditam na
democracia, algo lamentável. Assim que, longe de aumentar a liberdade do
indivíduo, as ideias do neoliberalismo tiraram da maioria poder econômico e
político. E concluia ele dizendo que na hora de julgar os resultados da teoria
neoliberal, é preciso ter em conta os resultados na prática, e esses têm sido
desastrosos.
Abraços,
José Ronaldo
De: Jonas Eziquel Lutzer
Data: 3 de julho de 2014 19:00
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 3 de julho de 2014 19:00
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Soh existem 2 tipos de capitalismo
O de mercado
E o do governo
O de mercado dah liberdade e crescimento e do governo dah
pobreza e escravidão.
Escolha um e se mude para lah
De: Benoni Vera
Data: 26 de junho de 2014 18:53
Assunto: RES: Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado Ronaldo,
Data: 26 de junho de 2014 18:53
Assunto: RES: Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado Ronaldo,
Muito obrigado pela lembrança. Estou lendo
opiniões sobre o livro “O Capital do século 21”. Quem é contra
prioridades sociais? Na minha juventude passei quatro anos interno no
seminário dos frades franciscanos, dos 12 aos 16, onde, os seminaristas,
éramos doutrinados sobre as virtudes da pobreza e os males da riqueza.
Saí de lá convicto. Ao longo da vida, inclusive quando fiz o curso
de Economia, onde fui aluno esforçado, percebi dificuldades para a prática
daquele ideário, mesmo lendo autores das variadas linhas do pensamento
econômico. Quando trabalhei em consultoria, mantendo contato com
empresários e trabalhadores, percebi que as dificuldades eram grandes e também
crescentes com os avanços da tecnologia. Nunca vou esquecer um caso particular
de trabalho em que fiz um plano de ampliação e modernização de uma
empresa , onde propus no final a diminuição do número de
trabalhadores. Aceita a minha ideia, as obras foram realizadas, a fábrica
produziu mais e melhor, e a família ganha muito dinheiro até hoje, já
tendo feito outros trabalhos de modernização da indústria em anos
seguintes. Se o empresário não toma aquela decisão teria falido,
pois seus concorrentes tomariam seu lugar no mercado. É para refletir.
Benoni
De: Carlos Mendes
Data: 4 de julho de 2014 09:50
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo Carneiro
Data: 4 de julho de 2014 09:50
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo Carneiro
Obrigado, Ronaldo. Sua interpretação é oportuna. O
conceito de felicidade, ainda que ela seja uma abstração, passa pela
redistribuição da riqueza, ou pela desconcentração dela. O problema é como
fazer isso num mundo onde minoria podre de rica controla tudo, até a informação
que poderia chegar aos pobres. Veja o caso do Brasil, onde a concentração da
riqueza aprofunda cada vez mais a concentração de poder, inclusive o da
informação. Tentei colocar no ar uma rádio educativa em Belém, cumpri todas as
regras e prazos do Ministério das Comunicações, mas como não faço parte do
governo e nem tenho amigos no poder - porque sou apenas um jornalista que
combate o monopólio da informação por grandes grupos empresariais -, o ministro
Paulo Bernardo deu para a Rádio Câmara ( da Câmara dos Deputados) o canal
educativo de rádio disponível para Belém. E eu fui descobrir que a Rádio Câmara
nem tinha interesse nesse canal, tanto que sequer apresentou até agora o estudo
técnico, perdendo o prazo. A Fundação Metrópole, que eu presido, apresentou
todos os documentos, incluindo o estudo técnico, mas foi preterida pelo
ministro do PT. É o Brasil, meu caro Ronaldo. Então, resta lutar contra isso
até o fim, para que o estado totalitário não se estabeleça de vez. Livramo-nos
de uma ditadura militar, mas veja em que vala caímos, meu amigo. Um abraço do
jornalista Carlos Mendes.
De: dirceu wollmann junior
Data: 7 de julho de 2014 10:04
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 7 de julho de 2014 10:04
Assunto: Re: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado
Ronaldo
Muito grato
pela excelente e profunda mensagem.
Espero que
tenha a merecida repercussão e consequencias.
Saudações
Dirceu Wollmann Junior - Engº
De: Nelson Antonio Prata
Data: 12 de julho de 2014 09:05
Assunto: RE: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 12 de julho de 2014 09:05
Assunto: RE: Livro "Capital" de Piketty – Resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado Sr. Ronaldo
Em primeiro, agradeço pelo envio de suas observações e
excelentes comentários relacionados com a "coqueluche" do pensamento
econômico, Thomas Piketty. Como engenheiro, conheço pouco sobre economia, mas
concordo com a sua posição considerando o Trabalho, superior
ao Capital, como valia. Pessoalmente, a partir de minha própria
experiência de vida, (comecei a trabalhar em tenra idade, sou uma espécie de
"self made man"), acredito que, se uma pessoa tem acesso,
à saúde, à adequada nutrição, à educação e à igualdade de oportunidade, estará realizando
sua revolução individual de maneira real não utópica, sem fantasias ideológicas
cujo objetivo, na esmagadora maioria dos exemplos dados pela HISTÓRIA é bem
diverso, apenas pretextos para a continuidade da desigualdade e da exploração.
Não existe almoço grátis. O Estado e o governo, são criações humanas, portanto
sujeitos às imperfeições ditadas pelas idiossincrasias e aos interesses dos
integrantes do governo, pretensamente colocados no Poder pelo povo. Melhorar o
governo, somente é possível com a melhoria do nível de percepção coletiva do
significado do PODER e qual deva ser o seu papel. Quanto à sua concitação no
sentido de igualar o acesso à saúde, à educação e à nutrição e liberar as
forças da economia de mercado, está aí um assunto controverso e delicado. Neste
sentido peço permissão para sugerir a leitura de duas grandes obras, que ajudam
a lançar luzes sobre o tema: "Globalização X Desenvolvimento", de
autoria do Dr. Adriano Benayon e "Sementes de Democracia" de
autoria do Prof. Inairo Gomes. Estas duas admiráveis obras, refletem sobre a
realidade política e econômica do Brasil, pois estou convicto
de que por melhor que sejam as teses e ideias, levantadas alhures, sua
aplicação em cada país, deve ser pensada à luza da realidade local.
Atenciosamente
Atenciosamente
Nelson
De: Leonardo Luciano Leoi
Data: 16 de julho de 2014 13:57
Assunto: Re: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 16 de julho de 2014 13:57
Assunto: Re: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Ilmo. Sr. Ronaldo - Boa Tarde
Primeiramente grato por
me haver distinguido com a remessa de suas brilhantes e significativas
considerações sobre tão complexo tema . Ao ensejo , tomo a liberdade de
parabenizá-lo pela análise concisa , clara e consciente , alvo de suas avaliações
, do livro "CAPITAL NO SÉCULO 21 " do famoso Professor Thomas Piketty
. Muito sucesso , paz e saúde . Forte abraço . Leonardo L Leoi
De: jmbutruille
Data: 19 de julho de 2014 15:22
Assunto: Re: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Data: 19 de julho de 2014 15:22
Assunto: Re: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: Ronaldo campos carneiro
Prezado
Ronaldo,
Eu
gostei da sua visão, a partir da analise histórica feita par Piketty, uma
analise criteriosa mas com conclusões equivocadas.
Eu não
estou especialista em Economia e a minha percepção é aquela de um cidadão
comum.
Eu
compartilho a sua analise, no geral, de que menos Estado e mais iniciativa
privada resolvem melhor os desafios da organização de uma sociedade
humana. Eu não acredito muito numa repartição justa feita pelos
governos, pois quase sempre uma burocracia ineficiente toma conta e vai gerando
uma classe de privilegiados que vai fazer que o sistema implantado fica
concebido para eles mesmos em detrimento do conjunto da sociedade. Esses
funcionarios vão criar tantas complicações que só eles poderão resolver
qualquer situação e assim mais numerosas serão as pessoas improdutivas que
terão o poder de decisão na Sociedade. Criar dificuldades para
vender facilidades é a maior tentação dos funcionários públicos. Isto vai
gerando alem da burocracia, mais corrupção, mais imobilismo, menos
iniciativas.
Como
você define importante, especificamente, não é fixar um teto na riqueza, mas um
piso. Deveriam ser os objetivos principais do governo, educar,
curar, nutrir, oferecer segurança e alojar de maneira suficiente qualquer
individuo, o resto pode vir pelo mérito ou pela sorte individual de cada um.
Ninguém é igual, somos diferentes e complementários.
Para
isto eu vou à parábola dos talentos do Evangelho. Uma riqueza foi
distribuída para 3 pessoas. Um gastou tudo, outro segurou, o terceiro
valorizou. Quem foi elogiado é aquele que valorizou. A pergunta
fundamental é “o que você fiz de seus talentos?”. Na vida nos
recebemos de maneira desigual esses talentos, a humanidade é assim. O papel do
governo, no meu ver é favorecer a possibilidade de desenvolver estes, para cada
um.
Assim
alguns herdam de muitas riquezas, alguns seguram, especulam, e nada vão
produzir para ninguém. Outros vão investir, produzir, agir, todos vão se
aproveitar. O papel do Governo é de estimular, pois isto vai beneficiar a
todos. Uma sociedade aonde o poder de criar, ariscar, inovar é
perseguido logo periclita e chega a morrer. O desequilíbrio social
não é o problema principal. O problema é de fazer que aqueles que tiveram a
sorte ou o mérito de receber mais sejam incentivados para utilizar os dotes que
receberam o melhor possível, o que conduz, assim, a mais solidariedade social,
mesmo se o objetivo do individuo não é este. Importante não é a riqueza é o que
fazer da riqueza e saber gerarem riqueza. Esta riqueza pode ter aspectos diferentes,
materiais, intelectuais, artísticos, ect.
O
dinamismo individual é um conceito frágil que qualquer empecilho pode
aniquilar. Cada um de nos é um individuo com possibilidades especificas, se
neutralizá-las, em nome de um igualitarismo ilusório, nos podemos nos condenar
globalmente a irresponsabilidade e inação, e a nossa Sociedade a inanição.
Sempre terá pessoas que vão assumindo e outras que vão seguindo. È a imagem do
trem, precisa de vagões e de locomotivas, uma locomotiva para vários vagões. Se
não tiver locomotiva, o trem para.
Ninguém
é superior, mas todos nos somos diferentes, o papel do governo é estimular
essas diferencias para mais solidariedade, formar um conjunto bem compartilhado
respeitando essas diferencias, pois elas são a maior riqueza da
Humanidade. Uma vontade política de mais igualdade, muitas vezes
conduzi comunidades inteiras a falência, como é o caso dos
países ditos comunistas, criando esta classe de privilegiados
fiscalizadores, a onde toda iniciativa individual fora do modelo é
condenada.
Uma
sociedade consegue a crescer se o poder de inovar e de trabalhar pode se
expressar. Nada é fixado para sempre, pois aparecem sempre novos desafios para
resolver. Toda solução social parece provisória, assim foi desde
inicio da Humanidade. Assim nascem umas soluções baseadas em
situações políticas e econômicas numa determinada época. Difundidas ficam
ensinadas nas universidades como soluções, quando o aluno formado vai querer
aplicá-las, já poderão ficar obsoletas em parte, pois a situação terá mudada.
Importante será a possibilidade e a imaginação de saber adaptá-las,
reformá-las, as vezes negá-las.
Estas
reflexões conduzem a querer conceber qual pode ser o papel de um governo nesta
hipótese de controle e utilização da riqueza de cada um. Precisa
estimular aquele que utiliza o seu potencial de riqueza para criação de obras,
o que, às vezes, precisa de valores importantes, e penalizar aquele que só vai
especulando ou deixa dormir o seu poder de investir em trabalho. O papel do
Estado, respeitando a produtividade dos três pilares da democracia, que são um
poder judicial, um poder legislativo, um poder executivo independentes, é de
facilitar as iniciativas, controlando os abusos, definindo uns regulamentos
simples, facilitando as realizações.
O
problema principal da desigualdade de possibilidades não é só nacional, mas
mundial, global. Definindo princípios é saber como poderemos resolver os
abismos que separem os povos, da África à Europa, da America Latina ao Canadá e
USA, dentro a Ásia. Isto é o principal desafio da Humanidade, hoje.
Países
como a Coréia do Sul, e hoje a China, entenderam que a Educação é a chave de
todo desenvolvimento, uma educação de qualidade oferecida para todos. Em nosso
Brasil fica muito para fazer neste sentido.
Prezado
Ronaldo, estas reflexões poderiam fazer objeto de vários livros que não tenho a
competência de desenvolver. Assim estou livrando umas idéias bem prosaicas sem
outra pretensão que de nutrir os elementos que ficam ligados à analise que você
fiz da obra de Piketty, sem ter o conhecimento profundo que você tem dos
mecanismos da Economia.
Cordialmente
Jean-Marie
De: Mensagem Cristovam
Data: 22 de julho de 2014 08:54
Assunto: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: "rcarneiro4@gmail.com"
Data: 22 de julho de 2014 08:54
Assunto: Livro Capital de Piketty - resposta de um liberal convicto
Para: "rcarneiro4@gmail.com"
Ronaldo, vou imprimir para ler com mais cuidado.
Cristovam
Obrigado pelo envio.
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