terça-feira, 8 de novembro de 2016

Economia e Política - mistura indigesta



Economia e Política – mistura indigesta
“Quando o estado não pode agradar a todos, ele irá escolher quem ele atende melhor”.  Anthony de Jasay,  O Estado [1985]

Durante as discussões da constituição americana e francesa, tema predominante foi a separação da religião e estado – aliás, este era o tema recorrente há 3 séculos, quando nobres e religiosos tinham privilégios inaceitáveis pela emergente burguesia. As classes privilegiadas tinham isenção de impostos e uma série de regalias: direito de perceber certos impostos, privilégios honoríficos, prerrogativas judiciárias, monopólio dos empregos da corte e dos cargos diretivos do exército, da marinha e da administração.
No inicio de 1789, foram eleitos para o parlamento francês: 935 deputados, assim distribuídos: Clero (247); Nobreza (188) e Terceiro Estado (500).

Desta forma, em 17 de junho de 1789 os deputados do Terceiro Estado, alegando representarem a maioria da nação, proclamam-se Assembleia Nacional, com voto por cabeça e não por classes. Começava a revolução francesa (dados retirados dos textos do pesquisador brasileiro Ricardo Bergamini)


A primeira emenda da constituição americana – 15/12/1791 – define que o Congresso não pode legislar sobre estabelecimento de religião (clausula de estabelecimento) ou proibindo o livre exercício de religião (clausula de livre exercício religioso)

Sobre o tema da separação estado – religião dos formuladores (pais fundadores) da Constituição Americana, sugiro leitura do  livro de Alan E. Johnson, The First American Founder: Roger Williams and Freedom of Conscience
 (Pittsburgh, PA: Philosophia Publications, 2015), 279-84, contendo uma consistente bibliografia sobre este tema que dominou a discussão dos constituintes.

Estes conceitos mudaram o rumo da humanidade desde então – imaginem como seria o mundo com intervenções do clero e da nobreza na gerencia dos impostos.
Passados quase 3 séculos, humanidade se vê diante de demandas que nos posicionam em nova bifurcação: separação de política da economia – ou bloquear acesso de políticos e burocratas aos recursos arrecadados pelos impostos. Utopia ou sonho? Imagine as dificuldades para separar politica de religião há quase três séculos e o impacto disto nos rumos da humanidade.
Esta indigesta mistura é que levou o mundo as guerras, conflitos, corrupção, pobreza e desigualdade, enfim, politica para poucos e não para o povo, ou ainda: poder emana de poucos para beneficiar apenas os ricos. Esta indigesta mistura viabiliza também a economia de compadrio, onde ser amigo do rei vale mais que competência,  alias, Adam Smith escreveu sua obra master: “Riqueza das nações” visando sobretudo mitigar os efeitos do mercantilismo, economia de compadrio da época. Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo” deveria iniciar com “Nós os ricos”
Para sua reflexão, vamos focar os conceitos básicos:
• Economia é uma ciência em que os agentes todos são regulados pela inexorável, impessoal e incontrolável lei da oferta e procura, sempre que não há manipulação do mercado;
• Política é uma arte em que os protagonistas decidem conforme a questionável, circunstancial e personalista vontade humana.
São universos distintos, seguindo regras distintas. Regulação crescente do mercado foi necessária porque oportunidades não são oferecidas a todos, referente a nutrição, saúde e educação – estes 3 setores com as atuais regras não andam sozinhos, governo precisa bombear recursos para mantê-los operando.
Intervenção humana no processo econômico mostrou-se ineficaz, tudo começou com economista britânico John Maynard Keynes em 1936 com a sua teoria geral, consolidada na reunião de Bretton Woods em 1944. Com um criativo sistema de torneiras, operadas pelo governo, de credito, investimentos, poupança, cambio e demais variáveis, Keynes construiu uma proposta de intervenções humanas no processo econômico – tão criativa quanto ineficaz – seu resultado prático ao longo do tempo foi uma combinação de estagnação com inflação – uma ofensa a inteligência humana. Faltou conceito básico: desenvolvimento só acontece com acréscimo de trabalho humano produtivo, somente este gera capital que nada mais é que trabalho acumulado – origem de ambos: trabalho e capital é a mesma. Acontece que sistema atual permite colher sem plantar – trata-se de uma impossibilidade sem sustentação. Mais Mises/Hayek menos Keynes é receita infalível para a estabilidade e progresso.
A história da humanidade consiste no conflito de classes buscando gerenciar impostos arrecadados do povo.
É inútil a tentativa de colocar em campos opostos e conflitantes o trabalho do capital, este é trabalho acumulado, portanto com interesses complementares.
O verdadeiro e inconciliável conflito é entre processo produtivo (trabalhadores e empresários) e burocratas/políticos – ou produtores de riqueza e predadores da riqueza gerada, que só será superado pela separação entre governo e economia.
Fortalecer a demanda agregada através de impostos e taxas, apenas transfere recursos sob a invariável lei de mercado para o questionável domínio da vontade humana. Cria-se mais empregos na burocracia de governo, subtraindo aqueles da iniciativa privada, ou ainda, cria-se um grande sistema parasitário, totalmente sustentado com os nossos impostos. Algo como:“tudo pelo povo, mas sem o povo” ou despotismo esclarecido.

Aqueles que defendem manutenção de empresas sob controle do governo não são de direita nem esquerda, são ideólogos do atraso.
“Aquele que deseja paz e harmonia nas relações humanas deve sempre lutar contra o estatismo.” - Ludwig von Mises
“O arranjo de bens e serviços que o estado atualmente oferta pode ser dividido em dois subconjuntos: aqueles bens e serviços que devem ser eliminados e aqueles que devem ser privatizados.” - Murray N. Rothbard


Decisão de políticos em assuntos de economia são invariavelmente equivocadas, não que seja ligeiramente errada, são erradas em seus fundamentos, trazem profundos impactos na vida das pessoas, políticos imaginam ser possível gerenciar preços como se isto fosse um numero arbitrário passível de manipulação pelo governo sem consequências na vida econômica, definição de salario mínimo é um exemplo incontestável desta impossibilidade – políticos bem intencionados querem que as pessoas ganhem mais, porem a nefasta consequência disto é a perda de empregos para aqueles sem qualificação, exatamente os que mais precisam.

Sugiro leitura do excelente texto do professor de economia da Universidade George Mason - Donald J. Boudreaux - Às vezes, não há nenhuma opção boa”  Postado em 19 de novembro de 2015

Temos que nos curvar a verdade inexorável: economia obedece leis que não podem ser manipuladas e sequer gerenciadas. Este o motivo pelo qual regimes ditatoriais geram enorme frustração na sua população, e populistas de toda ordem se elegem propondo milagres inalcançáveis. Tentativa e frustração. Reconhecer isto constitui importante passo na busca de soluções: economia não obedece vontade humana. Ditaduras ou regimes de força só são defendidos por aqueles que gostariam de estar do lado do cabo do chicote; se estiverem do outro lado, defendem a democracia com toda convicção. Assistimos atualmente, perplexos e impotentes, atuação do mundo politico em fraudes, abusos, negligencia profissional ou crimes contra a economia com profundo impacto na vida de milhões de vitimas inocentes.
Especialistas e intelectuais com muita frequência e injustamente apontam o dedo para os homens de negócios como os responsáveis pela miséria, frustrações e desapontamentos da atual condição humana. Nada mais injusto e longe da verdade. Homens de negocio operando no livre mercado ganham dinheiro satisfazendo a necessidade dos outros nunca a deles próprios, totalmente distinto de políticos e burocratas que não desdenham, em certos casos, parceria com fraude, trapaça e corrupção. Um CEO ou executivo  de empresa é apontado pelos méritos e resultado ao invés de promessas inúteis e mentiras de políticos. Enfim, nada mais digno e moral do que manter um nível de vida através de votos dos consumidores que, em ultima analise, são decisivos na manutenção de empresas operando no livre mercado – cada centavo gasto num supermercado são votos dados e estímulos para planejar a produção e distribuição de bens e serviços. Homens de negocio trazem progresso e empregos, ao contrario de políticos que asfixiam com impostos e paralisam o progresso. Investidor deve ser recebido com tapete vermelho, algo muito importante para a geração de empregos. A liderança empresarial abrange integridade, disciplina e qualidade de caráter ao enxergar e atender as necessidades da comunidade.

Grande miopia que ainda domina a mente obtusa de certos intelectuais é imaginar que economia tem nacionalidade – investimento busca ganhar dinheiro em qualquer lugar que isto seja permitido. Imaginar nacionalidade para economia é semelhante a supor que a lei de gravidade só vale para determinados países!!!
Só e apenas no livre mercado a democracia se exercita, com interferência de governo, sistema converge para autocracia, onde a sorte de governados depende da virtude de governantes.
Consenso e não coerção é a marca registrada do livre mercado, onde consumidores de forma voluntária podem dizer sim ou não para uma oferta ou troca de bens e serviços, com regras simples: não roubar, não matar e não trapacear, ao contrario do mundo politico. Humildade, honestidade e liberdade são as únicas formas de vencer no mundo competitivo de livre mercado, estrada ética para a dignidade humana e mútua prosperidade.

 

Sugiro leitura do excelente texto do Professor de Ética e Liderança Empresarial da CITADEL. Richard M. Ebeling de 27/10/2016 – “Empreendedorismo, a economia de mercado e melhorias humanas”


Vejamos como podemos separar politica de economia.
O trabalho humano é um processo de transformação de energia: para que possa manifestar-se a energia humana: nutrição, saúde e educação devem ser asseguradas a priori e não como pagamento do trabalho executado. Tal como o veículo precisa de combustível e manutenção para trafegar.
Estes 3 setores constituem a interferência legitima do governo na economia: governos do mundo inteiro, quer socialistas quer capitalistas, precisam subsidiar de alguma forma a agricultura (nutrição), saúde e educação, em outras palavras, são estes setores que igualam oportunidades  em qualquer sociedade.  Um novo Pacto social onde estes 3 setores passam a ser responsabilidades do processo produtivo privado, comprados a livre preço de mercado e governo reduz a tributação correspondente. Com isto teremos a almejada separação entre economia e politica, a partir dai, laisser fare, laissez passer – livre mercado agindo de forma ampla, abrangente e livre – pleno emprego produtivo é o fiador deste Pacto Social.
Em 1758, Francois Quesnay, um dos lideres dos fisiocratas, combinando seus conhecimentos de agricultura e medicina apresentou ao rei Luis XV sua tabela econômica mostrando a interdependência e fluxo de bens e dinheiro através dos vários setores da economia: agricultores, proprietários de terras, industriais e comerciantes. Conselho de Quesnay ao rei de França Luis XV: não há necessidade do governo regular preço dos bens e serviços, somente a competição pode regular preço com justiça. Nada mais atual do que seguir este sábio conselho de Quesnay. – deixe o ser humano livre para tomar suas próprias decisões.

Iniciativa privada não apenas é mais competente para produzir automóveis ou aparelhos de tvs, mas também para produção de saúde e educação. É uma miopia politica deixar isto nas mãos do governo, pois pela importância destes setores, iniciativa privada deve ser o mecanismo para produção destes serviços essenciais – somente que quem passa a pagar esta conta é o setor produtivo privado, diretamente para o hospital e escola. Alguns países continuam ensinando aos jovens, conteúdo escolar de séculos passados.

“Ninguém gasta o dinheiro dos outros com tanto cuidado como gasta o seu próprio. Se quisermos eficiência e eficácia, se quisermos que o conhecimento seja bem usado, isso precisa ser feito por meio da iniciativa privada.”- Milton Friedman

Com iniciativa privada atuando, estudantes e famílias deverão ter total liberdade de escolha da profissão, agregando uma conexão indispensável – empresário só vai investir na formação de profissionais que interessam ao processo produtivo.

Sugiro leitura do excelente texto do Professor Jason Morgan do Instituto Mises “Como fazer acessível a educação superior” postado pelo Mises Institute em 7/11/2016



Para relaxar, após estressante tema, assista esta magistral apresentação pela conclusão do décimo aniversário da peça "Les Miserables." de Victor Hugo.

Do You Hear the People Sing - Publicado em 21 de jan de 2015

Cordialmente,


Ronaldo Campos Carneiro – nov/2016

        
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Salve 2017 – comentários
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De: Hallage [mailto:hallage@avalon.sul.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 20:08
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade

Prezado Ronaldo
Parabenizo você por continuada busca intelectual da solução de questões sociais.
Agradeço também por ter compartilhado o presente artigo.
A grande saída a meu ver para a diminuição do estado e o consequente desmonte da influência política na economia, passa pela tecnologia da informação, pois o privilégio da posse da informação como pedra angular do poder sobre a sociedade está com seus dias contados. 
Quando a transparência da informação fizer ceder os pilares do poder político e o conhecimento do que realmente se passa, mudará as relações de poder.
Não pretendo nestas poucas frases encerrar o assunto, pois este tema requer mais tempo e espaço para debatê-lo. Mas tenha certeza que está relação de poder já está em rota de mudança.
 Veja por exemplo a relação professor-aluno como mudou. O professor já deixou a bom tempo de exercer o poder sobre os alunos por ser "proprietário " da informação. Só tem o respeito e interesse dos seus alunos se conseguir repassar-lhes conhecimento.
O tema como disse é muito extenso, mas espero ter contribuído para a continuidade das suas reflexões.
Um forte abraço 

Hallage
De: Gercy Joaquim Camêlo [mailto:gjcamelo@hotmail.com]
Enviada em: quarta-feira, 2 de novembro de 2016 21:22
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade

Companheiro Governador Ronaldo,

Mais uma vez, muito obrigado pelas belas palavras, pelo ótimo texto e pela belíssima apresentação musical.

Fique com o meu forte abraço.

Gercy

​​
De: Carlos Russo Jr. 
Data: 3 de novembro de 2016 14:10
Assunto: RE: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro


E muito amor! Ronaldo, excelente texto. Acabo pela primeira de muitas vezes que se sucederão. Grande abraço.
Carlos Russo Jr.
Espaço Literário Marcel Proust

De: maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br [mailto:maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 4 de novembro de 2016 00:54
Para: maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br
Assunto: [maoslimpasbrasil] Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo”... - 1

 

Se escrita hoje, constituição americana ao invés de começar com “Nós o povo” deveria iniciar com “Nós os ricos” – Ronaldo Campos Carneiro

1. O sr. Ronaldo não é> comunista, socialista, petista, fascista, etc. Não pertence a nenhum movimento social ou político, de esquerda ou de direita. Ele é apenas um rotariano de carteirinha. O Rotary Club é uma entidade filantrópica e assistencialista, cuja elite é constituída por empresários humanistas e bem intencionados e que,  com outras palavras, propõem a civilização do capitalismo, não tendo porém uma estratégia eficaz para atingir este objetivo utópico. Podemos atribuir ao termo utopia um duplo sentido: um positivo, referente às utopias viáveis e outro negativo, referente às utopias inviáveis. Existe porém uma fronteira invisível ente os dois tipos de utopia. Quando alguém inventou no século  XIX uma viagem literária à lua (Julio Verne)  não estava criando nem uma utopia. Ou estava?  Para distinguir entre utopias viáveis e inviáveis, quando o assunto é o comportamento do homem em sociedade, podemos  levar em conta que nesta área existem algumas tendências irreversíveis ou quase irreversíveis. Com base nelas podemos prever o futuro da humanidade ao longo de algumas décadas ou mesmo séculos.

O Rotary no Brasil foi prestigiado por Presidentes da República das mais variadas correntes, de Getúlio a Jânio Quadros. Este artigo apresenta algumas passagens interessantes da  história do Rotary no Brasil: http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/textos/11_artigo_uhleab.pdf

A igualdade social é uma utopia inviável porque por natureza o homem é socialmente desigual. O cérebro humano, que comanda as nossas ações foi criado para a competição que gera a desigualdade. Em todas as atividades humanas existem os “melhores” e os “piores”, os “mais competentes” e os “menos competentes”. Com a invenção do dinheiro e da propriedade, nasceram duas categorias (ou classes) de seres humanos: os pobres e os ricos. E, enquanto existir o dinheiro, haverá pobres e ricos. Marx propôs a extinção das classes mas não do dinheiro. Mas se para ele a luta de classes era o motor da história, como a história iria funcionar depois da extinção das classes? A luta de classes só existe porque o homem é o lobo do homem e isso não foi uma invenção do capitalismo, um sistema que maximizou o individualismo genético, selvagem e primitivo do bicho homem. Os capitalistas mais civilizados deveriam estar no comando da economia, mas os regentes do capitalismo financeiro tomaram o poder sem data prevista para abandoná-lo.

2. Eu digo que a miséria é a mais perversa forma de corrupção e também não sou comunista, socialista, petista, fascista, teista, ateísta,  conservadorista, liberalista, etc.  Também não sou nem  otimista nem pessimista. 99% dos termos derivados do sufixo “ismo” são ideológicos, porque olham a realidade com base em “opiniões” ou em meros “wishfulthinkings”  (pensamentos desejos)

A liberdade de ter opinião é um direito humano elementaríssimo. Mas este direito não está resolvendo os problemas da humanidade, inclusive porque ela não é governada por verdadeiros seres humanos, mesmo porque a conotação positiva que se dá ao termo “humano” não corresponde aos fatos. Se a “humanidade é mais cruel das espécies” (José Saramago, prêmio Nobel de literatura, 1998), o ser humano ainda não é humano. Nós estamos ainda numa fase de transição de um estado  selvagem primitivo para um estado superior da civilização. Do ponto de vista psicossociobiológico não há diferenças significativas entre ricos e pobres. Prova disso, é que o pobre quando se torna rico vai se comportar do mesmo modo que aqueles que sempre foram ricos. Lula e seus companheiros burgueses da esquerda constituem uma amostra exemplar da igualdade desumana entre pobres e ricos.

E enquanto a humanidade estiver dividida entre esquerda e direita ela estará condenada ao fracasso. Essa divisão é anacrônica. Se de algum modo foi útil no passado, em defesa dos pobres, hoje ela só serve para beneficiar os ricos e os oportunistas da esquerda.  Surge agora uma nova fantasia entre os intelectuais da  esquerda no Brasil, segundo a qual o PSOL substituiria o PT. Mas o própria direção do PSOL já se declarou incompetente para substituir o PT, partido este que foi produto de uma condição social e política  bastante especifica (e inusitada) da história do Brasil - tão inusitada que a ascensão do PT dependeu do apoio do General Golbery.

Mas a partir de agora  a existência da esquerda beneficiará a direita, porque como vemos no Brasil, a direita se aproveitou do fato de o PT ser de esquerda para conquistar o apoio do povo, incluindo uma boa parte  dos pobres que deixaram de ser lulistas. A campanha orquestrada pela direita com o apoio da mídia foi baseada na estratégia de fundir os conceitos de esquerda e corrupção. O “expertise”  da propaganda e do marketing político se resume numa palavra : manipulação. Não há nada mais fácil neste mundo do que manipular a pobre mente dos humanos, como bem ilustrou a ascensão de Hitler ao poder. Por mais que Lula e Dilma se aburguesassem eles continuam alvo da absurda  acusação de serem comunistas. Que síntese conceitual  seria melhor do que essa para manipular o povo?: -  comunismo com corrupção. Os comunistas corruptos já foram alijados do poder. E agora? Ah... agora a direita vai ficar proclamando por uns 10 anos ou mais que o grande culpado pela crise foi o PT, cujo espírito demoníaco vai continuar vivo. Por isso é bom para a direita, que o PT continue vivo. Na ausência dele quem serviria para o papel de bode expiatório?

Mas  afinal quem é a direita? Ela vive no anonimato porque declarar-se como um camarada de direita é algo execrável para o opinião publicada. Assim para esquizofrenia ideológica reinante, a direita desapareceu. Só existe a esquerda que foi alijada do poder. A direita foi transformada em “centro”. Inventaram o “centro- direita” e o “centro -esquerda” para fugir dos dois lados. E ainda tem muita gente neste mundo que vê as ideologias como um diferencial sério para os partidos. Assim, se depois da reforma política ficarmos com apenas 10 partidos, teremos  dez ideologias diferentes para eles adotarem. E como nós humanos abominamos a precisão na comunicação falada e escrita, os proclamadores das 10 ideologias podem se dar ao luxo de nem pensarem no conteúdo que distingue cada ideologia da outra

Até a próxima resposta a esta mensagem liberal do nosso amigo rotariano, reproduzida abaixo.

Abraços

Mtnos Calil

Ps. Eu assisti  a essa magistral apresentação musical sugerida por Ronaldo

De: Sergio Levy 
Data: 5 de novembro de 2016 16:58
Assunto: Re: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro


MARAVILHA em todos os aspectos ! Parabéns !

FELIZ NATAL E VENTUROSO 2017 !

Sergio Levy

De: Mauricio Carvalho de Oliveira 
Data: 7 de novembro de 2016 13:59
Assunto: RES: Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade
Para: Ronaldo campos carneiro


Interessante suas análises e proposta para discussão, nesse mundo onde a mediocridade intelectual se juntou à sanha desarvorada pelo ouro, ou ouro de tolos?, acumulado a qualquer custo, mesmo ao custo da honra da família. Mas e daí, quando, por exemplo, um país abaixo da Linha do Equador, temos doenças como essas, bem descrita por Guzzo, que já se instalou na medula dos ossos da sociedade???

 John Rawls, um dos expoentes da filosofia política americana, autor do livro Uma Teoria da Justiça“Cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na Justiça que nem o bem-estar da sociedade como um todo pode sobrepor. Portanto, numa sociedade justa, os direitos assegurados pela Justiça não estão sujeitos à barganha política ou ao cálculo dos interesses sociais”.


Maurício Carvalho de Oliveira
Engenheiro Agrônomo – Fiscal Federal Agropecuário
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista
Anexo B, Sala 143
70043-900  Brasília – DF

De: pretoni@dataconsult.com.br [mailto:pretoni@dataconsult.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 7 de novembro de 2016 19:29
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Rotary no Brasil

Ronaldo

Você sempre foi brilhante nos seus conceitos.

Abraços

Pretoni

De: Aliene Gmail [mailto:aliene.ags@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 8 de novembro de 2016 01:49
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: da Aliene - Salve 2017 - Paz, saúde e liberdade

Oi, Ron!

Obrigada pelo carinho!!!!

O seu texto é excelente.
Obrigada pelo envio. Realmente digno de uma grande reflexão.
Vou enviar pra minha turminha.

Tb adorei o vídeo da peça "Os Miseráveis'.

Bjs. no seu coração
Eu

E um lindo Natal pra vc e sua família
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Economics and Politics - indigestible mix



Economics and politics – an indigestible mix

"When the State cannot please everyone, it will choose whoever it will serve better." Anthony de Jasay, the State [1985]

During the discussions of the French and American Constitutions, the prevalent topic was the separation of religion and State – incidentally, that had been the recurring topic for 3 centuries, when nobility and priesthood had privileges unacceptable to the emerging bourgeoisie: The privileged classes were tax exempt and had a series of perks: right to levy certain taxes, Honorary privileges, prerogatives, monopoly of judicial court jobs and management positions in the army, Navy and the Administration.
In early 1789 were elected to the French Parliament 935 members, distributed as follows: Clergy (247); Nobility (188) and third estate (500).
In this way, on 17 June 1789 the third estate, claiming that their members represented most of the nation, proclaimed themselves the National Assembly, with no voting by the other classes. This began the French Revolution. (data taken from the texts of brazilian reasercher Ricardo Bergamini )

The first amendment of the American Constitution – 12/15/1791 – defines that Congress cannot legislate on the establishment of religion (establishment clause) or prohibiting the free exercise of religion (religious free exercise clause).

On the subject, State-religion separation formulators (Founding Fathers) of the American Constitution, I suggest reading the book by Alan e. Johnson, The First American Founder: Roger Williams and Freedom of Conscience
 (Pittsburgh, PA: Philosophia Publications, 2015), 279-84, containing a consistent bibliography on this subject that dominated the discussion of the constituents.

These concepts have changed the course of mankind ever since - imagine what it would be like if the world had the assistance of the clergy and the nobility to manage taxes nowadays.

After almost 3 centuries, humanity finds itself facing demands that we place on a new perspective: the separation of politics from economicsblocking the access of politicians and bureaucrats to the resources raised by taxes. Utopia or dream? Imagine the difficulties to separate politics from religion for nearly three centuries and the impact of it on the course of humanity.

This indigestible mixture led to world wars, conflicts, corruption, poverty and inequality, politics for a few and not for the people, or even: power emanates from a few to benefit only the rich. This indigestible mixture also enables the crony economy, where being friendly to the King is more important than being competent. By the way, Adam Smith wrote his master work: "Wealth of Nations" in order to mitigate the effects of the particular crony mercantilism of his time. If written today, the American Constitution rather than starting with "We the people" would start with "We the rich".

For your reflection, please focus on the basics:

• Economics is a science in which all agents are regulated by the inexorable, impersonal and uncontrollable laws of supply and demand, if there is no market manipulation;

• Politics is an art in which the protagonists decide according to the questionable, circumstantial and personalist human will.

These are separate universes, following different rules. Growing market regulation was necessary because opportunities are not offered to all, for nutrition, health and education. These 3 sectors, under the current rules, do not operate by themselves. The government needs to pump resources to keep them operating.

Human intervention in the economic process proved to be ineffective. The recent situation started with British economist John Maynard Keynes in 1936. His general theory, consolidated in the Bretton Woods meeting of 1944, presented a creative plumbing system, operated by the Government, credit, investments, savings, currency exchange and other variables. Keynes built a proposal of human interventions in the economic process – as creative as ineffective – its practical result over time was a combination of stagnation with inflation – an insult to human intelligence. That proposal lacked a basic concept: development only happens with the addition of human productive work, only this generates capital, because capital is nothing but accumulated labor – both sources, labor and capital, are basically the same. It turns out that the current system allows harvesting without planting – it is a baseless impossibility.

We need more Mises/Hayek and less Keynes's recipe, to reach stability and progress.

The history of mankind is the conflict of classes seeking to manage taxes collected from the people.
It is useless to attempt to put in opposite camps and in conflict, the variables of work and capital, because they are cumulative and have complementary interests.

The real and irreconcilable conflict is between the production process (workers and employers) and bureaucrats/politicians – or producers of wealth, on one side, and predators of the wealth generated, on the other. This will be overcome only by the separation between Government and the economy.

Strengthening the aggregate demand through taxes and fees, the Government merely transfers resources from the invariable laws of the market to the questionable field of human will. It creates more jobs in the governmental bureaucracy, subtracting those from the private initiative, thus creating a large parasitic system, fully supported by our taxes. Something like:"everything for the people, but without the people" in an authoritarian pattern.
Those who advocate the maintenance of companies under Government control are not from the right or from the left, they are ideologues of retrocession.

 "All who desires peace and harmony in human relations must always fight against statism."-Ludwig von Mises

"The arrangement of goods and services that the State currently offer can be divided into two subsets: those goods and services that should be eliminated and those that are to be privatized."- Murray n. Rothbard

Political decisions in economic matters are invariably wrong, not slightly wrong, but wrong in their foundations. They cause profound impacts on the lives of people. Politicians imagine they can manage prices as if this were an arbitrary number subject to manipulation by the Government without consequences in economic life. The definition of a minimum wage is an undisputed example of this impossibility. Well-meaning politicians want people to earn more, but the disastrous consequence is the loss of jobs for unskilled workers, exactly those who need them most.
I suggest reading the excellent text by the professor of Economics at George Mason University- Donald J. Boudreaux 
Sometimes, there is no good option " -Posted on 19 November 2015.

We have to bend to the inexorable truth: the economy is ruled by laws that cannot be manipulated. This explains the frustration brought about by dictatorial regimes as well as by populists of all kinds, elected with the proposition of unreachable miracles. They bring trial and frustration. In the search for solutions, an important step is recognizing that the economy does not obey human will

Dictatorships or regimes of force can only be defended by those who would like to be on the side of power; If you're on the other side, you will defend democracy with all conviction.

We are currently seeing, perplexed and helpless, the political world in fraud, abuse, negligence or crimes against the economy, with profound impacts on the lives of millions of innocent victims. 

Experts and intellectuals often and unfairly point a finger to businessmen as those responsible for poverty, frustration and disappointment in the current human condition. This is totally unfair and far from reality. Businessmen operating in the free market make money by satisfying the needs of others, never their own, something that is totally distinct from politicians and bureaucrats who in certain cases, partnership with fraud, cheating and corruption. A CEO or company Executive is appointed by his merits and experience rather than promises and lies, like politicians. Anyway, nothing is more worthy and morally sound than maintaining a standard of living through the options of consumers who, in the last analysis, are crucial for the maintenance of companies operating in the free market – every penny spent in a supermarket means wishes and stimuli to organize the production and distribution of goods and services. Businessmen bring progress and jobs, unlike politicians who choke the people with taxes and paralyze progress. Investors should be received with a red carpet, because they are very important for job generation. The business leadership, integrity and discipline encompass qualities of character that are essential to provide for the needs of the community.

Great short-sightedness still dominates the dull mind of certain intellectuals who imagine that economies have nationalities – businessmen always search investments to make money where this is allowed. Imagine that to determine a nationality to an economy is like assuming that the law of gravity only applies to certain countries!

Only in free markets a real democracy can take place. With government interference, the system evolves to autocracy, where success depends on the virtue of rulers. 

Coercion is not the trademark of the free market, where consumers voluntarily can say yes or no to a supply or exchange of goods and services, with simple rules: not to steal, not to kill and not to cheat, unlike the political world. Humility, honesty and freedom are the only ways to win in the competitive world of the free market, cultivating ethics for human dignity and mutual prosperity.

I suggest reading the excellent text by the Professor of ethics and business leadership at CITADEL, Richard m. Ebeling, dated of 10/27/2016 – "Entrepreneurship, Market Economy and Human Improvements"

Now let's see how we can separate politics from economics.

Human work is a process of transformation of energy, so that you can manifest the human will: nutrition, health and education must be provided in advance and then payment for the job performed by the worker, who needs payment and attention as a vehicle needs fuel and maintenance for travel.

These 3 sectors constitute legitimate Government interference in the economy: Governments around the world, whether socialist or capitalist, need to subsidize in some way their agriculture (nutrition), plus health and education. In other words, these sectors must permit managers to offer equal opportunities in any society. A new Social Pact will be that one where these 3 sectors become a private responsibility in the productive process, purchased under free market prices. The  Government reduces taxation proportionately. With this we have the desired separation between economics and politics. From then on, laisser faire, laissez passer- the free market acting broadly, comprehensively and freely – full productive employment is the guarantor of this Social Pact.

In 1758, Francois Quesnay, one of the leaders of the physiocrats, combining his knowledge of agriculture and medicine, presented to King Louis XV an economic table showing the interdependence and the flow of goods and money through various sectors of the economy: farmers, landowners, industrialists and merchants. His advice to the King of France: there's no need for the Government to regulate prices of goods and services. Competition, by itself, can regulate prices with justice. We only need to follow this wise advice of Quesnay. - Leave human beings free to make their own decisions.

Private initiative is not only more competent to manufacture automobiles or tvs sets, but also to provide health and education. It's politically myopic  to leave these in the hands of the Government, because of the importance of these sectors. The private sector must be the engine for production of these essential services – it is the private productive sector who happens to pay this account,  directly to the hospitals and schools. Some countries are still presenting young pupils with the school content of centuries past.
"Nobody spends other people's money so carefully as he spends his own. If we want efficiency and effectiveness, if the knowledge is put to good use, it needs to be done by the private sector. " -Milton Friedman

With the action of the private sector, students and families should have complete freedom of choice of profession, adding a vital connection to the equation - the manager will only invest in the training of professionals who are interesting for the production process.

 

I suggest reading the excellent text of Professor Jason Morgan from Mises Institute "How To Make Higher Education Affordable published by The Latest from Mises.org - NOVEMBER 7, 2016


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Now, in order to relax after a stressful subject, please watch this masterful presentation celebrating the tenth anniversary of the play "Les Miserables", by Victor Hugo - https://www.youtube.com/watch?v=YnmA-8IMVWw & feature = in-subs _ digest – 
Do You Hear the People Sing- Published on 21 jan 2015

 Cordially,

Ronaldo Campos Carneiro – nov/2016
        
rcarneiro4@gmail.com
        
http://ronaldocarneiro.wordpress.com
        
http://rcarneiro4.blogspot.com.br

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Happy 2017 - comments

De: Wilfrid Wilkinson [mailto:Wilfrid.Wilkinson@rotary.org]
Enviada em: sábado, 5 de novembro de 2016 14:14
Para: Ronaldo Carneiro
Assunto: Re: Happy 2017 Peace, Health and Freedom

Dear Rtn. Ronaldo
Thank you for your early Christmas greetings which are warmly reciprocated. My wish is that Christmas 2016 and the 2017 New Year will bring about some of the needed changes that you have so eloquently identified. I read your thoughtful message and concluded that this world seems doomed to duplicating the errors of its past. However, the first glimmer of hope for a change is recognition of what is wrong with the present.
Your message identified those wrongs of both the past and the present which creates the platform to go forward with an improved and better way of living in this world, which appears to get smaller each year.
Kind Regards

Wilf Wilkinson
PS: Yes, Rotary (still) Shares.
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